terça-feira, 25 de agosto de 2009

Apólogo: Vida de relógio

Eram seis horas da manhã, o sol já estava alto, na sala, tudo calmo, o vento soprava lentamente e acordando todos, primeiro foi a cortina que o impedia de entrar, ele disse:

- Acorde Senhora Cortina, já está cedo e o dia já raiou!

- Estou com bastante preguiça e quero ficar mais um pouco. Respondeu a cortina.

O vento entrou e da mesma forma foi acordando todos que podia tocá-los; o sofá, a mesa, as cadeiras... Ao entrar noutro cômodo encontrou o Relógio bastante aborrecido, e perguntou:

- O que o Senhor tem? Sempre que venho vejo-te da mesma forma, com a mesma cara, Por que vives com tanto mau humor?

- Estou cansado de trabalhar sem parar, não posso atrasar nenhum minuto que vem alguém me abrindo todo e mexendo nos meus ponteiros, não suporto mais esse tic-tac infernal e este pássaro imbecil fazendo “cuco” toda hora, me lembrando que tenho que começar a contar estes miseráveis segundos e minutos até a hora de ouvir este seu canto horrível.

O Vento respondeu:

- Calma Senhor Relógio, tudo tem o seu valor! O relógio logo replicou:

- Você diz isso porque tu andas por toda parte, eu não, fico aqui, não saiu daqui. Essa vida é um tédio! Duvido que tu queiras contar o tempo dia e noite sem parar. Gostaria de ser igual a você, ou como as cortinas que sempre são trocadas, lavadas e vão ao jardim olhar para as flores e secar-se ao sol.

O vento ficou a observar àquelas palavras, sabia que sua vida era bastante agitada, mesmo assim respondeu:

- Olha! Compreendo a tua angústia, mas, saiba que todos nós temos o nosso ofício, se não fosse o teu sacrifício não saberíamos quando começar ou quando terminar um trabalho e, saiba de uma coisa, por todos os cantos que já fui, todos precisam do tempo para guiarem suas responsabilidades.

Ao escutar estas palavras o relógio abriu um grande sorriso e acreditando que o vento estava certo, pode perceber que todos são importantes e concluiu:

- Tu tens razão, ó sábio Vento! Segues teu caminho pois preciso continuar contando e contando e contando...

Wagner Vieira Cruz

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ensino no Brasil

Hoje tive uma grande decepção, vi um panfleto de um concurso de provimento de cargos de uma determinada prefeitura a qual havia várias vagas para diversos cargos. O que me aborreceu consideravelmente foi o fato de que um Agente de Serviços Gerais, não desmerecendo a profissão, a qual se exigia apenas o ensino fundamental incompleto, estivesse em igualdade de remuneração com o cargo de Professor da Educação Básica, cuja exigência mínima é o nível superior completo.
Será que o professor nunca será valorizado neste País?
Como novos acadêmicos encontrarão incentivos para continuar a educação no Brasil?
Sabendo que um país só terá um futuro grandioso com uma educação forte, ser forçado a aceitar uma derrota desta, me deixa com um pouco de remoço, mas, também, me deixa com um pouco de culpa; culpa sim, pois é com um simples ato de votar que eu disse que aceitava esta vergonha que se encontra o ensino. As pessoas que escolhemos para fazer leis e dirigir tão mal a nossa Cidade, o nosso Estado e o nosso País estão aí fazendo e desfazendo enquanto que nós, a população, apenas sofre com falta de educação, saúde e sem perspectivas de uma vida melhor.
Sei que precisamos de todos os profissionais, mas, vejo também que não há interesse dos governantes de prover educação e saúde para nosso povo, vejo que direitos constitucionais são desrespeitados todos os dias pelas mesmas pessoas que as criaram e, se dizem políticos honestos, pergunto a eles: com qual respeitos querem ser tratados? Respondo-vos: com os mesmos respeitos que tendes dado, ou seja, nenhum.
Como é lastimável me valer destas palavras para revelar a minha indignação à uma política predatória de interesses particulares em detrimento ao público. Por que na Constituição diz que o direito coletivo tem prioridade sobre o particular e privado se nossos políticos não obedecem? Se nossos Juízes não punem? E se nós não cobramos?
Por que temos tão bons professores e tão pouco incentivo do Governo? Por que não se dedicar a uma política voltada para o povo? Perguntas que não quer calar e respostas que não se tem, esta é a realidade do Brasil.
O que podemos fazer? Nós podemos mudar tudo, fazer uma reforma parlamentar exigir correções nas leis e mais, votar em pessoas que se importem com o nosso país, assim como nos importamos, é assim que conseguiremos uma reforma justa e igualitária.
Que os Agentes de Serviços Gerais ganhem o que for justo e que o professor seja mais valorizado, para que não falte este profissional precursor de todos os outros empregos de melhores remunerações.
Vamos acordar!